Como lançar quatro
trabalhos (todos de qualidade) em apenas 2 anos? Se o leitor tiver uma banda,
vale à pena ler esta entrevista, já que os mineiros do D.A.M. conseguiram essa
proeza e não param de trabalhar. Divulgando atualmente o álbum “The Awakening”
(2014), segundo full-lenght, Guilherme de Alvarenga (vocal/teclado), Edu Megale
(guitarra), Guilherme Costa (guitarra), Caio Campos (baixo) e Vinicius Diniz
(bateria), conversaram com Arte Metal e, em detalhes, falaram de quase tudo que
envolve a banda.
O
segundo álbum da banda “The Awakening” foi lançado há quase 6 meses. Como vocês
o vêem hoje e qual a repercussão deste trabalho até então?
Guilherme
de Alvarenga: Ele é um álbum muito técnico, o vejo
hoje como um trabalho de transição, sobretudo pelo contexto da estória por trás
da trilogia em que ele está inserido. Em termos de repercussão ele é um álbum
que atingiu o mundo inteiro, aparecemos em grandes revistas do meio e nos
projetou como músicos amadurecidos, para mim um álbum de sucesso!
Você
acredita que o D.A.M. vive seu ápice no atual momento?
Edu
Megale: Não, acho que vem muito pela frente, principalmente
no próximo EP. Além disso, temos nos dedicado bastante para executar com
perfeição as músicas escritas pelo Alvarenga. Posso dizer que o nosso objetivo
além de fazer shows com ótima execução técnica, é fazer que esse momento seja
uma lembrança memorável para os nossos fãs. A partir do momento que isto
acontecer, posso afirmar que estaremos no nosso ápice.
A
banda foi fundada em 2013 e de lá pra cá já lançou cinco trabalhos no total, se
contarmos os dois EP´s e o single. De onde vem essa sede toda?
Guilherme
de Alvarenga: Realizei um extenso trabalho de pesquisa
durante meu curso na faculdade de música, boa parte das canções foi composta
nessa época então é natural meu desejo de mostrar essa pesquisa ao mundo, pois
já se passaram 6 anos desde que essas pesquisas se iniciaram. Além disso, são
composições feitas de uma maneira pouco usual hoje em dia onde tomo conta de
todo o processo criativo e embora eu me sinta confortável compondo todos os
instrumentos isso no contexto de uma banda não é tão legal! Logo optei por
lançar a trilogia de maneira mais rápida para que possa abrir espaço para meus
companheiros de banda opinarem e contribuírem com canções, solos e modificando
arranjos para ficarem mais com a “cara” deles. Tenho mais material composto
além da trilogia que é parte dessa minha pesquisa e na época certa
conversaremos internamente para ver qual será a melhor opção de maneira que os
objetivos de todos sejam atendidos da melhor forma possível! Sobre esse single
não é algo oficial, sempre lançamos algumas músicas para a galera ter um
gostinho do álbum antes e por alguma razão o site Metal Archives e outros
classificaram a música “The Awakening” como um single, mas isso não é algo
oficial da nossa parte muito menos intencional!
Aliás,
nota-se uma evolução rápida na banda e gradativa, concordam?
Guilherme
Costa: Sim, pois todos na banda procuram sempre aprimorar
seus conhecimentos e habilidades no instrumento e isso de fato contribui para
uma melhor qualidade sonora ao D.A.M.
Edu
Megale: Sim, acho que é a dedicação de todos da banda, o
clima interno é muito favorável para isto, somos grandes amigos e é um ajudando
o outro sempre, para que possamos crescer juntos. Estamos no mesmo barco.
Vinícius
Diniz: Esta formação atual é a que mais tem se entrosado
em todos os sentidos, logo isso acrescenta de uma forma muito positiva para a
evolução da banda como um todo.
Desde
o início o D.A.M. opta por investir no Melodic Death Metal, mas na linha que
flerta com o Power Metal, e não nessas atuais mais modernas. Isso é algo que
surgiu naturalmente ou a banda tinha esse foco desde sempre?
Guilherme
de Alvarenga: Não o D.A.M não possui esse foco, a
proposta inicial do D.A.M era apenas mostrar as pesquisas que realizei na
faculdade e devido ao apoio de todos me senti inspirado a transformar esse
projeto/pesquisa em uma banda e realizar shows, etc. Ao compor não me preocupo
como irá “soar” e o “The Awakening” prova bem isso pois cada música possui uma
tendência para alguma vertente do Metal. Acho natural transparecer nossas
maiores influências ao compor e sempre gostei muito de Power Metal, acho que é
por isso que essa impressão é passada, mas em resumo não existe planejamento
para definir a estética em que as músicas soarão!
Aliás,
o estilo parece não estar tão em alta atualmente, mas mesmo assim o D.A.M. tem
se destacado no underground.
Vinícius
Diniz: Acreditamos que esse destaque venha justamente da
nossa forma diferenciada de trabalhar tanto no aspecto de composição, quanto em
todo o resto em relação a uma banda tradicionalmente “underground”. Porém acima
de tudo, este destaque se dá graças ao público. Muitas pessoas nos tratam com
muito carinho, e sempre recebemos mensagens e e-mails de pessoas de todo o
Brasil e do mundo inteiro. Muitos dizem que se identificam com nossas letras,
outras com o estilo de composição, dentre outros. E a grande maioria desses
ouvintes se tornam nossos amigos, são pessoas que ouvem nosso som, mas
conversam conosco no dia a dia, pessoas que nos contam da vida delas e nós
contamos da nossa. Acredito que o destaque venha justo desse laço que temos com
o nosso público, no fim das contas tudo é amizade, um carinho e uma consideração
mútua e vira uma grande festa.
“The
Awakening” também marca a estreia da banda em videoclipe com a música Reborn From The Shadows. Por que optaram
por esta composição e como foi todo o processo de produção do vídeo?
Vinícius
Diniz: O processo de produção deste videoclipe veio de uma
parceria com a empresa Pó de Flutuar, foi um processo bem rápido, fizemos todas
as filmagens em um dia em Belo Horizonte mesmo. A equipe que cuidou das
filmagens foi extremamente competente e profissional e nos ajudou muito para
que chegássemos naquele resultado. Sem as meninas do Pó de Flutuar jamais
teríamos conseguido um clipe tão bacana!
Caio
Campos: Tínhamos algumas opções quando começamos a
trabalhar na idéia do clipe e conversamos com as meninas a respeito da imagem
que queríamos passar no clipe, queríamos algo sombrio e a Reborn era a que melhor refletia isso.
Vejo
que o D.A.M. utiliza bastante as redes sociais e a internet para divulgar o
trabalho da banda. Como vocês vêem os prós e contras da mídia digital hoje para
o mercado da música?
Edu
Megale: Primordial, pois é a maneira mais eficiente de
entrar na casa e na vida das pessoas e interagir com elas. Entretanto, sempre
que podemos vamos às portas de shows ou eventos para entregar material gráfico
da banda, conhecer pessoalmente os fãs que estão dando força e apoio, isso vale
mais, pois aprendemos com eles, ouvindo o feedback, ganhamos novos amigos. Eu ainda sou da época
que os amigos se encontravam depois da aula para conversar sobre as bandas,
ouvindo Metal. Então esse contato não pode faltar.
Guilherme
Costa: Um dos prós que vejo, é que hoje em dia com a
internet e as redes sociais as pessoas têm acesso à informação de forma
facilitada, se você for divulgar um show ou outro tipo de evento você consegue
fazer essa divulgação de forma simples e rápida. Se a sua banda lançou um CD
novo você pode fazer um anúncio em um site de mídia especializada que possui
acesso de todo o país e você tem a possibilidade de divulgar em sites do
exterior também, sendo assim o seu material tem melhores chances de ter um bom
reconhecimento. Um dos contras é que com este fácil acesso que a internet
proporcionou, as pessoas têm também um fácil acesso aos materiais que as bandas
já lançaram e irão lançar, portanto muitas pessoas não se preocupam em comprar
o material das bandas sabendo que elas podem fazer download sem pagar nada.
E
quais os planos para 2015? Vocês podem nos adiantar algo sobre lançamentos, se
estão compondo enfim...
Guilherme
de Alvarenga: Iremos lançar o Ep “Premonitions...”,
prelúdio do último capítulo da trilogia! Ele é um álbum extremamente
progressivo e está nos dando bastante trabalho para ser gravado, pois possui
muitos efeitos e novidades em termos de gravação para nós! Além disso, fizemos
alguns shows e planejamos tocar mais! Tínhamos em mente lançar bastante
material esse ano, mas com o aumento do dólar o custo de produção dos álbuns do
DAM aumentou, pois nosso material é mixado lá fora! Recebemos alguns convites
para fazer turnê em outros países, mas estamos analisando tudo com muita calma
e queremos preparar um show maior para ir lá para fora também!
Muito
obrigado pela entrevista, este espaço é de vocês.
DAM:
Gostaríamos de agradecer a você Vitor e a equipe do Arte Metal pelo espaço e
consideração desde o EP “Possessed”, foi do caralho a entrevista! Gostaríamos
de convidar os leitores do site a conferir o nosso videoclipe e a nossa página
no Facebook! Aos nossos fãs que tanto nos apoiam fica aqui o nosso muito
obrigado!
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